20101228

Martha Graham

'... Ela ( a técnica) não significava para eles o que significa para mim - a técnica como uma ciência. Uma ciência absoluta. Posso lhe dizer o que o ombro significa. Posso lhe dizer  o que surge do balé (balé como dança que expressa emoção, não se refere ao gênero específico ballet clássico). Posso lhe dizer de onde o braço surge nas costas e toda a emoção de onde ele nasce no corpo. Não sei quantos anos se leva para aprender determinadas coisas. Mas eu gostei disso. Gostei do compromisso físico comigo mesma.'
Martha Graham, em Memórias do Sangue, pág.167.
(  ) são meus.

20101224

Tempo, tempo, tempo, tempo

'O tempo mental é muito mais rápido do que o tempo físico;
por isso é tão frequente a recomendação
de ficar aqui agora para unificar os tempos.
Quando a mente conseguir relaxar e
se unir ao corpo de modo a serem um só,
os mecanismos de cura vão surgir naturalmente e
a intuição indicará o melhor caminho.'

20101222

des-condicionamento



Des-condicionamos a mente no Hatha Yoga basicamente pela práticas de āsanas.
Oferecendo ao corpo diferentes arranjos neuromusculares rearranjamos os caminhos das atividades mentais, reinventamos as soluções emocionais, redesenhamos os enredamentos sociais. Como propõe essa nova ciência, a Psiconeuroimunobiologia.

'Laban se insere no rol dos grandes estudiosos que nos deixaram legados preciosos, no que concerne a entender corpo como processo de natureza e cultura, juntos. Isto é extremamente relevante, ele já antecipava os estudos e descobertas que mais tarde foram feitos, que provam que o corpo não é "dividido". Essas pesquisas (feitas por cientistas, médicos, psicólogos, pedagogos e neurologistas, entre profissionais de outras áreas de conhecimento) mostram que aspectos físicos, químicos, biológicos, emocionais, intelectuais são parte de um só corpo. Pensamento ("mente", "cultura") e o movimento do corpo ("natureza") são corponectivos, isto é, traduzidos juntos. Ao afirmar "... quando se aprendeu a raciocinar em termos de movimento (em 'O Domínio do Movimento', de Laban, 1978, pag.46), ele já postulava que pensamento é movimento.'
Lenira Rengel, em Os Temas de Movimento de Rudolf Laban, pag.7.


Mova-se.
Pratique.
Modifique.
Flua.

20101221

Filosofias da Forma: Klauss Vianna

Professor, coreógrafo e bailarino, Klauss Vianna (1928-1992) revolucionou o ensino da dança no Brasil. Sua proposta era observar o movimento e o funcionamento do corpo humano, procurando atingir maior expressividade. O método, conhecido como consciência corporal - ou técnica Klauss Vianna - passou a ser seguido por bailarinos e atores a partir do final dos anos 60. "Com o tempo, ele [Vianna] vê que só o balé não vai dar conta de um corpo moderno, de um anseio de colocar a dança como conhecimento", explica a professora Cássia Navas, do Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Ele estudou anatomia, pintura, escultura e determinadas formas de trabalhar o corpo para conhecê-lo de uma maneira diferente, para que daí resultassem danças diferentes. Seus procedimentos começam a interessar até as pessoas comuns, que estão só preocupadas em conhecer e mover o corpo para viver melhor."

revista e

Nataraja


Yoga é dança de se perceber por dentro.

Yoga é dança de perceber o lado de dentro.


'...existe dança sem música, mas não música sem som. E, é verdade mesmo, há o som da respiração,...'
Lenira Rengel em Os Temas de Movimento de Rudolf Laban, pag.13.

20101206

Simples

“Silêncio é a simplicidade da fala.
Modéstia é a simplicidade do sucesso.
Contentamento é a simplicidade da busca.
Serenidade é a simplicidade da mente.
Humildade é a simplicidade da conduta.”
“Pessoas com simplicidade e humildade:
(1) aceitam pontos de vista divergentes sem se perturbar;
(2) cooperam com os outros de forma natural;
(3) são queridas por todos;
(4) enfrentam as situações facilmente;
(5) evitam pensamentos inúteis e criam pensamentos elevados;
(6) são limpas e claras mentalmente;
(7) são verdadeiras, flexíveis e honestas;
(8) aplicam um freio nos pensamentos desgovernados;
(9) não evitam ninguém porque cultivam sua própria paz interior;
(10) agem com naturalidade e apreciam a sua liberdade.”
– BK Surendram


Hatha Yoga é a simplicidade
corponectiva,
corpomente,
corporificada.


20101202

Relicário de Palavras

Para quem gosta de tecer palavras, ou observar o desenho que a trama entre elas suscita, vale assinar o envio diário (ou quase) de mensagens da instituição Brahma Kumaris.

Segue uma 'degustação':

Respeito

“Respeito é mais um verbo do que um substantivo.
É algo que você faz mais do que algo que você recebe.
Respeito é afirmar a bondade e o valor do outro.
É estimar ou agradecer o valor de alguma qualidade ou habilidade que outra pessoa possui.
Mais do que qualquer demonstração visível, respeito é a forma como mantemos alguém com a “luz de nossa consciência”.
Trata-se de como criamos “o outro” dentro de nós.
Nosso respeito será definido pela qualidade da luz que envolvemos o outro em nossa mente, muito antes que palavras e comportamentos expressem isto.” – Mike George

20101128

Pescaria: Respiração e Expressividade


3. O yoga: influência

O yoga, já mencionado anteriormente, foi uma das maiores influências que Graham teve no processo formativo de sua técnica. É importante esclarecermos que a formação de uma técnica não foi o principal objetivo desta coreógrafa em sua carreira. Segundo CAVRELL (1998), a técnica surgiu das necessidades impostas pelas criações coreográficas de Graham, seu objetivo primeiro. A técnica veio como consequência, diferentemente do caminho de Doris Humphrey que já objetivava a sistematização de uma técnica, uma forma de se coreografar.

Observamos a influência do yoga em Graham não apenas através de citações bibliográficas. Pudemos reconhecer posturas do yoga ou essência destas posturas em vários exercícios técnicos e em suas coreografias. Além disso, a preocupação com a respiração e a coluna também são preocupações da filosofia yogue.

O yoga surgiu na índia em consequência a uma necessidade de explicação ao mistério da vida, às crenças... Os sábios procuravam, então, observar a movimentação de animais e plantas, "transferindo para os homens os seus movimentos e formas, a fim de obterem a flexibilidade dos corpos, a calma e o repouso mental" (FERNANDES,N.-YOGA Terapia: O Caminho da saúde física e Mental. São Paulo: Ground, 1994: pág.22). Num sentido mais profundo yoga é um estado de mente livre de tendências reativas, um estado de consciência pura. Segundo FEUERSTEIN (Uma Visão Profunda do Yoga: teoria e prática. São Paulo: Pensamento, 2005), "o objetivo tradicional do yoga sempre foi o de ocasionar uma profunda transformação no praticante por meio da transcendência do ego".

Yoga é um sistema filosófico, organizado por Patanjali em seus yoga-sutras e costuma ser denominado como ashtanga yoga ou yoga de 8 membros. O yoga é um dos seis darshanas (escolas filosóficas ou sistemas) indianos, cujo objetivo é a educação integral do ser, o perfeito desenvolvimento corpo-mente.

Patanjali compilou todo este sistema no século II a.c., sintetizando a essência da filosofia yogue. A partir destas observações originaram-se os principais caminhos do yoga: Hatha, Karma, Raja, Jnâna, Bhakti. Hoje existem outras denominações e linhas que foram sendo modificadas e criadas. Até mesmo no Brasil foram criadas novas linhas do yoga. Desta forma, fica difícil catalogar todos os tipos existentes. Porém, a origem é a mesma. Segundo MEHTA (1995), de acordo com a codificação de Patanjali, oito instrumentos juntos constituem a totalidade da disciplina do yoga: abstinências (Yama), observâncias (Niyama), posturas (Asanas), controle da respiração (Pranayama), abstração (Pratyahara), percebimento (Dharana), atenção (Dhyana) e comunhão ou absorção (Samadhi):

- Yama -as abstinências-são a não-violência, a não-falsidade, o não-roubar, a não-indulgência e a não-possessividade.

- Niyama - as observâncias - são pureza, contentamento, simplicidade, auto-estudo e aspiração.

- Asanas são posturas que devem ser praticadas de forma firme e relaxada. Firme, contudo, não tensa; relaxada, e ainda assim graciosa.

- Pranayama - controle da respiração - é a regularização do sopro, e tem o propósito de trazer clareza de percepção.

- Pratyahara é a abstração dos sentidos, é um estado de introspecção em que estamos prestes a entrar em profunda reflexão ou meditação.

- Dharana - percebimento - é a orientação da mente em uma só direção, sem qualquer tensão. Leva à atenção total, plena. Leva à meditação.

- Dhyana - atenção - é a meditação propriamente dita.

- Samadhi - comunhão ou absorção - é um processo de interiorização, em que o corpo e os sentidos repousam, enquanto a mente e a razão ficam conscientes e ativas. É uma experiência de silêncio, de descontinuidade. A vida experimentada de momento a momento. É a percepção pura. Samadhi é um "estado de independência de condicionamentos passados e de reconhecimento da interdependência existencial entre todas as coisas do universo" (DE NUCCIO, 2006).

Para a pesquisa nos interessaram o terceiro e quarto instrumentos do yoga, que se referem à prática das posturas e ao pranayama (controle sobre o prana e, portanto, sobre a respiração). Utilizamos as posturas, onde pudemos reconhecer a técnica de chão de Graham, e outras específicas para o relaxamento de tensões localizadas nas práticas em grupo desenvolvidas pela pesquisa.

"As práticas do yoga promovem a estabilidade do corpo, fazendo desaparecerem as dores e aumentando a liberdade de movimentos" (FERNANDES,N.-YOGA Terapia: O Caminho da saúde física e Mental. São Paulo: Ground, 1994: pág.34). Tendo em vista o objetivo das práticas desta pesquisa, que foi a utilização da respiração como auxiliar em busca da expressividade, tentamos promovera liberação da respiração, ampliando a conscientização e flexibilidade corporal, tornando o corpo mais apto a expressar-se.

Utilizamos, mais especificamente, as posturas do Hatha-yoga, que é o yoga do físico, e os exercícios respiratórios, encontrados em diversas correntes do yoga. O objetivo das posturas "é permanecer numa posição firme, mas sem tensões. Ao manter-se numa postura, confortavelmente, encontra-se o equilíbrio mental. /.../" Quando praticadas corretamente, as posturas "deixam os discípulos vigilantes, relaxados e sem dores" (FERNANDES,N.-YOGA Terapia: O Caminho da saúde física e Mental. São Paulo: Ground, 1994: pág.28). A execução das posturas do yoga está sempre aliada à respiração. E também existem exercícios respiratórios específicos no chamado pranayama. O objetivo da execução destes exercícios na parte prática da pesquisa foi liberar tensões musculares e aumentar a conscientização com relação à respiração e ao corpo.

As semelhanças, em termos de preocupação, do yoga com a técnica de Graham encontram-se, mais enfaticamente, em torno da respiração. Em primeiro lugar, ambas dão importância fundamental a este ato essencial à vida. Graham estruturou os princípios de sua técnica nos movimentos decorrentes do processo respiratório. Em segundo lugar, a coluna como uma preocupação constante, o extremo trabalho enfocando a coluna, suas torções, a sustentação do corpo através dela, que podemos verificar em Graham reflete a sua influência pela Kundalini yoga, levantada por MILLE (1991).

Segundo a Kundalini yoga, dentro do miolo da coluna encontra-se um conduto energético, cuja extensão vai da base da coluna até o alto da cabeça. Nesta região flui uma poderosa energia, denominada energia kundalini. Nas laterais esquerda e direita deste centro energético, dois canais acessórios correspondentes ao feminino e ao masculino, se enrolam em torno da coluna como cobras, em sentido ascendente. Este enrolamento destas últimas duas energias forma cruzamentos, denominados 'chakras' ou círculos de energia, centros de consciência.

O grande desafio da Kundalini yoga é "despertara energia em estado potencial na base da coluna e fazê-la subir, através do canal interno, passando por todos os cakras, até atingir o topo do conduto; momento em que o estado de consciência atigiria sua maior expansão" (DE NUCCIO, 2006).

Correlaciona-se a cada cakra um ponto específico da coluna, além de determinados aspectos do comportamento, do desenvolvimento humano, determinados sistemas físicos e seus respectivos órgãos:

- Chakra da raiz (Muladhara): Localiza-se na base da coluna, no períneo, entre o ânus e os genitais. Relaciona-se com as necessidades básicas de sobrevivência e à estabilidade. Está associados aos pés, pernas, ossos, intestino grosso e às glândulas supra-renais. Sua cor é vermelha.

- Chakra do sacro (Svadisthana): Localiza-se na região dos genitais, no plexo do sacro. Relaciona-se à sexualidade, ao prazer, à criatividade, à auto-confiança e ao bem estar. Está associado ao sistema reprodutor, ovários, testículos, bexiga, rins, sistema circulatório. Sua cor é laranja.

- Chakra do plexo solar (Manipura): Localiza-se na região do umbigo, entre a décima segunda vértebra torácica e a primeira vértebra lombar. Relaciona-se à vontade, ao poder, às emoções intensas: riso, alegria, raiva. Está associado ao sistema digestivo, fígado, baço, estômago, intestino delgado e ao pâncreas. Sua cor é amarela.

- Chakra cardíaco (Anahata): Localiza-se próximo ao coração, entre a quarta e a quinta vértebra torácica. Relaciona-se com sentimentos de afeição, compaixão, amor. Está associado ao pulmão, ao timo, coração, braços e mãos. Sua cor é verde.

- Chakra laríngeo (Vishuddi): Localiza-se na região da garganta. Relaciona-se com a comunicação, expressão, criatividade, intuição. Está associado ao pescoço, ombros, garganta, tireóide e paratireóide. Sua cor é azul.

- Chakra frontal (Ajna): Localiza-se na testa, entre as sobrancelhas. Relaciona-se aos poderes da mente, auto percepção e auto controle. Está associado aos olhos, hemisférios cerebrais, à hipófise ou glândula pituitária. Sua cor é anil.

- Chakra coronário (Sahasrara): Localiza-se no alto da cabeça. Relaciona-se ao esclarecimento, à bem-aventurança, à compreensão da realidade transpessoal. Está associado ao córtex cerebral, à glândula pineal, a todo o corpo. Sua cor é violeta (OZANIEC, 1990).

6. Os conceitos do yoga são amplos, profundos. As informações aqui descritas visam apenas dar um breve contexto desta influência para uma melhor compreensão da técnica de Craham. Maiores informações podem ser consultadas na bibliografia de referência.
7. Existem variações nas obras de referência, a data provável oscila entre os séculos II a.C. e II d.C.
8 e 9. Professor Andês De Nuccio do Instuituto de yoga Isvara de Campinas em entrevista concedida.


Pescado do livro Respiração e expressividade: práticas corporais fundamentadas em Graham e Laban, de Patrícia Leal, São Paulo: AnnaBlume, 2006: páginas 24 a28.

20101125

Pescaria: o 'feijão' perdido

"se de um lado estamos estamos consumindo soja de forma involuntária através dos produtos industrializados, também existe um consumo consciente onde se acredita que os produtos com soja são saudáveis. Na verdade, é tão errado atribuir inúmeros benefícios à soja quanto acreditar que o leite de vaca é a melhor fonte disponível de cálcio".
Do livro das nutricionistas Denise Carreiro e Mayda M. Correia, "Mães saudáveis têm filhos saudáveis"

Pescado no Blog da Sonia

20101124

Pescaria: o Valor das Coisas

VIVER OU JUNTAR DINHEIRO? (Max Gehringer)

Há determinadas mensagens que, de tão interessante, não precisam nem sequer de comentários. Como esta que recebi recentemente.

Li em uma revista um artigo no qual jovens executivos davam receitas simples e práticas para qualquer um ficar rico.

Aprendi, por exemplo, que se tivesse simplesmente deixado de tomar um cafezinho por dia, nos últimos quarenta anos, teria economizado 30mil reais. Se tivesse deixado de comer uma pizza por mês, 12 mil reais. E assim por diante.

Impressionado, peguei um papel e comecei a fazer contas. Para minha surpresa, descobri que hoje poderia estar milionário. Bastaria não ter tomado as caipirinhas que tomei, não ter feito muitas viagens que fiz, não ter comprado algumas das roupas caras que comprei.

Principalmente, não ter desperdiçado meu dinheiro em itens supérfluos e descartáveis.

Ao concluir os cálculos, percebi que hoje poderia ter quase 500 mil reais na minha conta bancária.

É claro que não tenho este dinheiro. Mas, se tivesse, sabe o que este dinheiro me permitiria fazer? Viajar, comprar roupas caras, me esbaldar em itens supérfluos e descartáveis, comer todas as pizzas que quisesse e tomar cafezinhos à vontade.

Por isso, me sinto muito feliz em ser pobre. Gastei meu dinheiro por prazer e com prazer.

E recomendo aos jovens e brilhantes executivos que façam a mesma coisa que fiz. Caso contrário, chegarão aos 61 anos com uma montanha de dinheiro, mas sem ter vivido a vida.

“Não eduque seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz. Assim ele saberá o VALOR das coisas e não o seu PREÇO”

Que tal um cafezinho?

(recebido por e-mail)

20101112

Visão de duplo sentido

Você acredita em tudo o que vê?
Que seus sentidos estão sempre certos?
Você pode confiar nos seus sentidos?
Afinal, repetir um padrão comportamental é bom ou é ruim? É útil ou é inútil?

'... A luz que entra em nossos olhos, informação sensorial, não tem significado. Porque pode literalmente significar qualquer coisa. E o que é verdade para a informação sensorial é verdade para a informação em geral. Não existe significado inerente em relação à informação. É o que fazemos com essa informação que importa.



O mesmo mecanismo da mente que nos emperra é o que nos liberta, basta aprender a como usar o mecanismo como um chave que abre portas e não que coloca cadeado e prende correntes.

Praticar Hatha Yoga é uma forma de aprender a usar a chave para a Liberdade.

Lixeira de Origami (ultra reciclada e hiper reciclável)

Uma opção para forrar o container de lixo da cozinha e do banheiro (origami copinho de papel):



Na hora de dar o destino correto para o lixo orgânico e o lixo 'higiênico' pode-se usar 1 único saco plástico para todos os saquinhos de papel.

Aprender a AMAR

Na Índia se diz, que se a pessoa leva a vida de ser humano malvado, ela reencarna como um cachorro para aprender a amar...
Pescado no QL

20101110

Consciência Plena



+ Isaac

Quanto mais descolocamos o interesse, o desejo, a imposição da vontade, percebemos melhor e de forma mais ampla, mais profunda, mais intensa a realidade do mundo ao nosso redor.

Quanto mais colocamos nossa intenção, desejo, vontade, mais estreitamos, mais distorcemos, mais 'colorimos' nossa percepção do mundo, dos fatos, dos atos.

Por isso é importante ir para a aula experimental e para cada prática de Hatha Yoga sem intenção de provar nada, sem desejo, sem expectativas, sem querer provar, aprovar ou reprovar; ir apenas com o corpo com seus sentidos despertos e a mente aberta e algo vazia.

Se você não consegue desligar o botão do pré-juízo e do pré-conceito, melhor deixar sua aula experimental para outro dia, pois a única realidade que você vai evidenciar e vivenciar é a que já está restrita ao limites da expectativa da sua mente.

Como descolorir os pensamentos?
Seguindo a tradição da prática do Yoga, como sugere Patañjali, nos Yoga Sutras.

A sala

20101109

Quem pensa não presta atenção


A covardia coloca a questão, 'É seguro?'
O comodismo coloca a questão, 'É popular?'
Mas a consciência coloca a questão, 'É correto?'
E chega uma altura em que temos de tomar uma posição que não é segura, não é elegante, não é popular, mas o temos de fazer porque a nossa consciência nos diz que é essa a atitude correta.
(Martin Luther King Jr.)

20101107

O que acontece dentro da sala de aula



Esse vídeo dá uma idéia do que acontece numa aula.

Podemos distinguir algumas partes da aula prática:
  • abertura ou concentração incial;
  • prática de aasanas+ praanaayaamas+kriyas (não necessáriamente tudo isso junto numa aula);
  • relaxamento (fundamental para que a mente se livre dos automatismos e absorva as novidades);
  • meditação;
  • encerramento.

Observe que há praticantes que não fazem o gesto/mudraa/hasta que são denominados namascar, namaste ou anjali mudraa, que é feito unindo as palmas das mãos em frente ao peito com os cotovelos semi-flexionados.

Observe que num mesmo aasana/postura, há variações segundo a necessidade de cada praticante.

Observe que a professora indica o sentido do movimento na pele do(a) praticante.

Observe o uso inteligente dos acessórios.

Observe quantos    :-)    :-)   :-)   :-)    :-)   :-)   :-)

Risos, só fundo musical é que não tem mesmo, é silêncio para você poder se ouvir e se enamorar de você mesmo.

Observe.

Observe.

 

20101105

Os caminhos para o Studio F

Hatha Yoga* no Studio F .
[Tudo novo, de novo! :-) ]

P.S.:
Foi super bom (sala maravilhosa!), mas acabooooouuuuuuuuuuu!

De minha parte, sigo praticando diariamente:
para ser praticante não é preciso dar aulas todos os dias,
porém,
para dar aulas é imprescindível praticar todos os dias.

Feliz Diwali


20101102

Vivo Morto III


A célula mais velha de seu corpo tem no máximo 10 anos de idade e faz parte de seu esqueleto.

Isso significa que, querendo ou não, consciente ou não, todo dia tem uma parte de você que acabou de nascer, e que seu corpo tem no máximo 10 anos de idade.

Seu corpo se comporta como um corpo de apenas 10 anos?

Não importa.
Não importa de que forma você tem se tratado até hoje, pois a partir de hoje você pode virar a página e começar a elaborar um(a) novo(a) você.
Como?
O corpo de cada pessoa expressa o somatório das suas preferências, acumula o resultado das suas opções peculiares ao longo do passar do tempo, ele é como um out-door ambulante que faz propaganda da própria pessoa: sua aparência reflete a sabedoria e a adequação de suas escolhas até agora, de tal forma que uma pessoa que faz escolhas corretas aparenta saúde e jovialidade, e vice-versa. Deepak Chopra afirma que uma pessoa adulta que aparenta ter cerca de 15 anos a menos que costumamos atribuir à sua idade cronológica, sem auxílio de maquilagem ou procedimentos estéticos, é uma pessoa que faz escolhas relacionadas com seu estilo de vida de modo irrepreensível. E, aparentar neste caso não se relaciona apenas com a aparência da pele, da cor natural do cabelo, do formato do corpo e tônus muscular, se relaciona também com a vitalidade, com a atitude de estar pessoa vívida.

O interessante é que qualquer pessoa pode, a partir de agora ou de qualquer momento, começar a fazer escolhas acertadas, eficientes e eficazes que vão prepará-la para se sentir mais jovem.

Toda pessoa que está respirando pode escolher a qualquer momento se nutrir com alimentos melhores e mais vitalizados, estabelecer relações afetivas verdadeiras e produtivas, cultivar pensamentos que estruturam sem aprisionar, desenvolver a atenção relaxada.

Uma boa maneira de conseguir estabelecer paulatinamente um programa de +vida é começar a praticar Hatha Yoga. A prática constante e regular do Hatha Yoga permite que a pessoa perceba como se sente, perceba melhor as sensações e necessidades reais do corpo, das emoções, faz faxina no torvelinho mental e permite que surja espaço entre os pensamentos.

O esforço essencial que a pessoa tem de fazer, praticando Hatha Yoga, é movimentar pele, músculos, tendões e ossos, seguindo as instruções recebidas a cada prática (como se fosse a única) e procurar sentir o que acontece dentro de seu corpo e com sua mente. Deve procurar praticar no mínimo 2 ou 3 vezes por semana a intervalos regulares, para que os resultados não se diluam ou dispersem ao longo de 5 ou 7 dias que podem vir a separar uma prática da outra, a menos que a pessoa também pratique sozinha (em casa, por exemplo. Chamamos isto de prática pessoal), desde que bem orientada.Com a melhoria da percepção das necessidades físicas, emocionais e mentais que praticar Hatha Yoga proprociona, a pessoa passa a procurar se alimentar melhor, dormir o tempo necessário, trabalhar/estudar de forma coerente.

Não é milagre, não é feitiçaria: é o resultado honesto da aplicação bem orientada (por um professor que também é praticante*) de uma prática que tem raízes milenares e ao mesmo tempo é atual, pois é um recurso excepcional para diminuir e até extinguir os males do modo de vida agitado, acelerado e dispersante da civilização em que vivemos e ao mesmo tempo é um método brilhante de educação continuada e aperfeiçoamento pessoal.

*Pergunta ao seu professor se ele tem uma prática pessoal, se ele pratica todo dia. 
Lembrete: seu professor não deve fazer a prática dele junto com você, no horário sua aula!

Atualização (01/11/2013):
Stress, mente, ciência, evenlhecimento x juvenescimento, telômeros

Vivo Morto II

Não chore, não sinta, não viva - adormeça
Não crie, não vibre, não brilhe - entristeça
Não pense, não destoe, não ouse - esqueça
Não ria, não ame, não perdoe - padeça
Não pule, não brinque, não erre - envelheça
Não brigue, não corra, não queira - adoeça
Não questione, não cobre, não se esforce - permaneça

Role, dê a patinha, abaixe a cabeça.
E para completar, como bom menino,
Finja de morto e agradeça.

BananaPop - Mariana Valentim

Vivo Morto I



'A vida melhora muito quando não se morre.' Drica Moraes.

Eu adoro a Drica.
Ela é pessoa-lucero para mim.

Já a vi nos palcos, é uma excelente atriz, uma profissional devotada às suas escolhas na Vida.

Veja o vídeo todo, sem julgo, mesmo que você não goste da Globo e do Fantástico, e aprenda com ela:
  • a morrer-nascer;
  • a negociar suas necessidades fundamentais com atenção por si e pelo outro, com elegância e delicadeza;
  • a saborear o momento como ele se apresenta;
  • a propor soluções inusitadas para problemas desconhecidos;
  • a se arriscar;
  • a desapegar;
  • a cair de novo e
  • a levantar outra vez.

A Drica tem atitude de Yoga como poucos.
Não sei se ela é praticante, como eu, de todo dia estender o tapete e se divertir no puxa-estica&tonifica com ou sem acessórios, de cabeça para baixo ou não.
Ela manifesta o propósito da pessoa que realmente tem o Yoga correndo nas na veias.

Viva (a) Drica!

20101101

Mudança

Studio F - Pilates & Power Plate

Av. Presidente Kennedy, 1242 - Cidade Nova
Indaiatuba-SP - Telefone (19)3834-5045
passa a ser nosso novo endereço de aulas práticas a partir de 08/11.

Lá contaremos com uma sala ampla, dedicada exclusivamente à pratica do Hatha Yoga* que permite oferecer uma gama bem mais variada de horários, além de instalações melhores, por enquanto com nossos acessórios já conhecidos: blocos, cintos, tapetes e mantas.

Interessou?
Está curioso(a)?
Mande um e-mail e se informe.

20101028

Loki

Cinebiografia de Arnaldo Baptista, fundador dos Mutantes, depoimentos do Arnaldo e de personalidades como Tom Zé, Sérgio Dias, Kurt Kobain, Gilberto Gil, Roberto Menescal, Liminha, Sean Lennon, Lobão, Rogério Duprat e outros...

Direção/Roteiro/Edição : Paulo Henrique Fontenelle































20101027

Presente de aniversário



O baixo é a cara do meu, porém o meu tem 'só' 4 cordas.
Imperdíveis: deliruimzim do baixista aos 1:42 e 'Yabadabadoo' do Arnaldo aos 1:50.
(E tem a limpadinha da boca do Sérgio na manga do casaco bem no início...rs)
:-)

...
se eles rezam muito
estou nirodha...

Glaide plug-ups

e da teclada também.

E observe, que antes de sair pela boca, ou pelos dedos, ocupou o seu núcleo de existir, sua mente.

DYS 1.14 - A Prática bem sucedida


1.14 sah tu dirgha kala nairantaira satkara asevitah dridha bhumih

Quando esta prática é feita por tempo adequado e considerável, sem interrupção e com devoção sincera, então a prática se torna um um alicerce firme, enraizado, estável e sólido, se torna bem sucedida.

sah = isto, esta (prática)
tu = e, mas, no entanto
dirgha = longo
kala = time
nairantaira = sem interrupção, continuamente,
satkara = devoção sincera, respeito, reverência, atitude positiva, ação correta
asevitah = perseguidos, praticada, cultivada, atendidos, feito com atenção assídua
dridha-bhumih = sólido, fundação estável, firmemente enraizada, de terra firme (dridha = empreendimento, estabelecimento ; bhumih = terra )

Sempre haverá uma tendência em iniciar a prática com entusiasmo e energia, e buscando resultados imediatos. Mas as pressões contínuas do dia-a-dia e a enorme resistência da mente humana nos incitam à sucumbir às fraquezas humanas. Tudo isso é compreensível, até a página 2, todos nós temos tendências que nos destroem, porém todos nós também possuímos a chave mestra para nos livrar das inclinações que nos aprisionam: a prática correta, constante, dedicada e sincera.

É importante tentar manter a regularidade na prática do Yoga, pois a cada ruptura somos obrigados a retomar de um ponto bem mais atrás onde estávamos, portanto é recomendado que se pratique sempre, quanto mais  perseverante e disciplinada a prática, melhor.

Devemos encarar a prática como encaramos a satisfação de nossas necessidades básicas: alimentamos nosso corpo todos os dias, vamos ao banheiro todos os dias, escovamos os dentes e nos lavamos todos os dias, dormimos todos os dias; nossa prática de Hatha Yoga também deveria ter lugar junto às atitudes que mantém e promovem nossa saúde e nosso bem estar. 

Algumas pessoas arrumam tempo para fazer fofoca, outras ocupam sua mente com pensamentos negativos ou azedam suas emoções, ou fazem tudo isso todos os dias. Se nós podemos fazer todas essas coisas todos os dias, então também podemos fazer as práticas que levam à tranquilidade a cada dia, sem exceção.

Praticando sempre, regularmente, devotadamente, um dia a pessoa pode a perceber que sua prática é uma uma parte elegante, simples, surpreendente, maravilhosa e gratificante de sua vida.

A pessoa pode perceber que a prática do Yoga  é realmente sua atividade/atitude mais valioso, e que a prática é responsável pelo sorriso sincero que esta pessoa transpira por todos os poros. 

DYS 1.13 - Prática + Desapego: como faz?


1.13 tatra sthitau yatnah abhyasa

Prática é basicamente o esforço correto, tranquilo, constante e estável, necessário para avançar em direção ao estado de Yoga, para o alcance e a manutenção deste estado.
tatra = destes dois (abhyasa e vairagya)
sthitau = estabilidade, tranquilidade estável, calma imperturbável
yatnah = esforço, o esforço persistente, sustentada luta, esforço
abhyasa = por ou com a prática, prática repetida, constância em praticar

As práticas escolhidas devem ser aprendidas corretamente, com calma e perseverança, de preferência com auxílio e orientação de um professor+praticante, que compreenda o caráter pessoal ( postural e emocional) temporário e social do aluno. Se a prática apropriada para um determinado aluno e adequada ao seu estado de saúde (física, emocional e mental) não for obtida, ou não for seguida, há poucas chances de sucesso em alcançar o estado de Yoga.

A tranquilidade necessária vem da certeza de que os resultados benéficos da prática adequada são acessíveis à todos, vem da atitude de 'perder' paulatinamente a vontade de alimentar seu lado 'ruim'. É um estado de serenidade que permanece na pessoa que pratica, não é comparável ao alívio fugaz e ilusório que a maioria das pessoas sente quando abandona os problemas para passar um final de semana ou férias longe de sua vida prosaica e que acaba quando acaba o feriado ou o período de férias, junto com o retorno da pessoa para a sua rotina.

Por vezes, obter esta tranquilidade e estabilidade exige que a pessoa tome medidas, faça um planejamento adequado da sua  agenda ou maneira de viver para garantir o espaço necessário para estes atributos se estabelecerem.

No Yoga, também não dá para fazer omelete sem quebrar os ovos, nem para mudar a rotina ou o comportamento sem alguma negociação.

Pescaria: Raios e trovões!



O que fazer quando ficamos com raiva?

Quando menos esperamos a raiva pode nos subjugar. Nossa mente se estreita, nossa paciência vai embora e o que pensamos ser a causa da nossa raiva é atacada por pensamentos, palavras ou até ações. Muitos hormônios nocivos são lançados na nossa corrente sanguínea , nossos batimentos cardíacos sobem e perdemos temporariamente a lucidez. A beleza do mundo some e nossa mente passa a andar em círculos, presa, sem liberdade. O que fazer quando isso acontece?

Thich Nhat Hanh responde a esta pergunta no texto sugerido desta semana ( clique aqui ). Ele nos ensina que o modo mais sábio é reconhecê-la, permitir que exista, e abraçá-la ternamente. Nunca reprimi-la. Você a abraça ternamente com a energia de plena atenção. O Buda recomendou enquanto estivermos bravos nós não digamos ou façamos qualquer coisa, porque isso é perigoso. Após abraçar a raiva é muito importante praticar o olhar em profundidade nas raízes de nossa raiva.

Pescaria: Rigor, susto e a preguiça (ou, MMM, cadê a mamãe?)



Não lembro em que livro li algo muito interessante sobre disciplina. Dizia que as coisas para as quais somos comumente disciplinados foram aprendidas na infância, porque tínhamos um pai e uma mãe que ficavam no nosso pé para escovarmos os dentes antes de dormir, lavarmos as mãos ao chegar em casa, tomarmos banho todos os dias, etc.

É inevitável concluir: disciplina depende de alguém cobrando você. Parece factível? Para mim, parece. Vou explicar.

Frequentemente, vejo alunos matricularem-se nas minhas aulas de yoga super animados e, em poucas semanas, deixarem-se levar por uma falta, duas, três, até que ficam com preguiça e deixam de praticar. Curiosamente, quando os reencontro na rua, meses ou anos depois, eles me dizem que estão fazendo academia de ginástica. E logo depois vem a justificativa: “meu médico mandou”.

Por que não tiveram disciplina suficiente para manter uma prática regular de yoga e tiveram para fazer academia toda semana? Claro, porque alguém lhes mandou! (Ou os assustou.)

Disciplina não tem a ver com prazer. Tem a ver com cobrança e com necessidade. Lazer tem a ver com prazer.

Vamos pensar que você, como eu, adore ler. Ler é um prazer e você o faz sem esforço. Até que chega um momento em que decide fazer um mestrado e precisa ler, pelo menos, 100 páginas por dia, todos os dias, do contrário não fará a revisão bibliográfica necessária para sua dissertação.

O que ocorre com aquela facilidade que você tinha de passar a mão num livro e ler por horas a fio? Desaparece. Por quê? Porque agora a leitura é uma obrigação e, se você não tiver disciplina, não lerá as 100 páginas por dia. Até que chega o prazo final da qualificação e você faz em poucos meses o que deveria ter feito em 2 anos – e adquire a disciplina de leitura e escrita diárias para concluir sua tese.

Muitas vezes penso que deveria ser mais dura com meus alunos a respeito de sua própria disciplina de vir às aulas. Mas nem eu sou a mãe deles, nem eles são crianças. Então, só posso esperar que descubram a disciplina do yoga por conta própria. Contudo, quando chega o inverno, eu talvez devesse agir diferentemente.

Em 2008 eu frequentei 3x por semana aulas de Body Jam numa academia, até que tiver de parar para cuidar de uma estafa física/mental. Tudo bem, acontece. Mas eu tinha disciplina para frequentar estas aulas, porque fazia parte das recomendações médicas de manter atividades aeróbicas. Alguém tinha me assustado o suficiente para eu me tocar que devo cuidar melhor da saúde!

Neste ano, tenho me desafiado novamente a manter disciplina, voltando a frequentar uma academia de ginástica. Não é raro o dia em que penso “ah, hoje vou ficar em casa e descansar”. Mas é nesta hora que lembro as consequências de não manter exercícios aeróbicos para me convencer de que devo ir.

Agora que está frio, muitos alunos deixam de vir para as aulas ou de frequentar suas academias. Todo ano é sempre a mesma coisa, mas é no inverno que o yoga pode trazer mais benefícios para a saúde, porque comemos mais e movimentamo-nos menos.

Entretanto, ninguém consegue ser convencido facilmente pelos benefícios de algo. Um filho não escova os dentes porque sente que será bom manter seus dentes sadios – seus dentes já são sadios! O que o convence a escovar os dentes é perdê-los… e a firmeza dos pais. Ou seja, é a perda – um malefício – que nos convence a adotar determinadas disciplinas. E alguém nos dizendo que devemos fazer isso.

Então, para ajudar meus alunos com sua disciplina, eu talvez deva lhes mostrar o que perdem deixando de vir as aulas. E talvez fosse bom assustá-los um pouco.

Não vindo fazer as aulas, ficarão estressados ao ponto de, daqui 6 meses, terem de tomar remédio. Ou ficarão com dores nas costas e nas pernas ao ponto de, daqui 6 meses, terem de se submeter a sessões de fisioterapia ou a fortes analgésicos. Ou começarão a sentir insônia novamente, tendo que recorrer a medicamentos. Ou voltarão a ter cãimbras, inchaço nas pernas, dores nas articulações. A respiração voltará a ser curta, a ansiedade voltará a paralisá-los.

Yoga faz bem, é fato. Mas você não se convencerá de manter sua prática de yoga apenas porque ela faz bem. Outra porção de coisas faz bem do mesmo jeito. Convença-se pelas coisas ruins que vêm quando deixa de praticar.

Não é fácil ter disciplina, não é. Mas alguém tem que pegar no seu pé para que você tenha. Sua mãe, seu pai, seu médico ou sua professora.

Venha para as aulas. Você já chegou até aqui e parar agora não é uma boa ideia.

Um beijo, Mayra.


PS: Neste outro post, falo sobre disciplina e as escolhas que fazemos. Leia também.


Comento:
O que Mayra chama de disciplina, que chamo de rigor, e tem a ver com o niyama Tapas.

Nem sempre fazemos o que percebemos, sentimos, intuimos de corpo+mente+espírito ser do Bem para nós mesmos: a grande maioria segue o mimo, a moda ou o medo (MMM) e por isso é comumente chamada de massa= um grupo enooooooooooooorme de seres humanos, indistintos e indistinguíveis seguindo em alguma direção sem se questionar o por quê .

A maior parte das pessoas está tão acostumada com a ignorância (que é vizinha da maldade), com os paradigmas e os condicionamentos que não sabe ou consegue fazer escolhas individuais, escolhas bondosas, positivas, salutares para si mesmas. Não escolhe por falta de escolha (ignorância); não muda a escolha por medo de ser diferente, de exercer sua alteridade e acabar sozinha; e fica lá sentada no sofrimento e na doença, morrendo aos pouquinhos no meio da massa e 'jogando' a culpa nos outros, ou em alguma condição (social, ambiental, financeira, temporal, até na gôdola do supermercado!).

A regra é clara: em geral, na maioria esmagadora dos casos, a pessoa quando faz atividade física, faz a atividade física que  meio de amizades dela exige, ou que o médico dela impõe (e na boa, a maioria esmagadora dos médicos educados na tradicional medicina ocidental baseada em estatísticas e evidências materiais ignora que o Hatha Yoga é agente pro-ativo promotor da saúde e desconhece que as posturas=aasanas podem ser prescritas como remédio que aliviam a dor, corrigem (d)efeitos e que podem curar), até ficar esgarçada e depois ficar deitada esperando a morte chegar, bem aborrecida e doente. Hermógenes denomina este comportamento grupal insano de Normose.

E aí, vai arriscar a aprender outras coisas e poder escolher viver independente, saudável e contente?
Ou vai continuar esperando que alguém te bote medo ou cabresto?

Perguntas + frequentes: Relaxamento

Por que o relaxamento dessa vez não foi tão bom quanto o da última vez?

O relaxamento realizado no final da aula é uma prática de disponibilidade e desapego, não é uma prática de empenho como são as posturas=aasanas.

Como em qualquer parte de uma prática de Hatha Yoga, em cada relaxamento acontecem sensações singulares, portanto, nunca busque repetir seu desempenho no relaxamento, mesmo porque não há o que desempenhar.

Para praticar os aasanas precisamos ouvir e executar ações externas que são visíveis e ações internas, que são sensações que procuramos ter, provocar, ou imaginar com veracidade. Aasanas estão relacionados com o aspecto do fazedor que existe em nós, pois neles precisamos nos dedicar objetivamente de corpo (com todos do seus sentidos alertas, principalmente o sentido da audição), mente (alerta) e espírito; já o relaxamento está relacionado com a nossa capacidade de deixar ir, de não fazer, de se colocar em disponibilidade para que receber o relaxamento, de desligar ou diminuir a intensidade sensorial dos órgão dos sentidos (prathyahara) deixando por último a audição, é claro.


Não conseguir relaxar pode estar relacionado com:
  • um estado maior de ansiedade ou preocupação;
  • uma prática de aasanas que não foi 'exatamente' o que a pessoa precisava;
  • um menor empenho da pessoa durante a praticar os aasanas;
  • uma incapacidade de se desligar=desapegar dos movimentos da mente;
  • mente que julga;
  • uma incapacidade de ouvir e seguir o roteiro de relaxamento;
  • exaustão, cansaço ou desânimo;
  • comer demais ou de menos antes da prática;
  • ambiente insalubre ou inadequado (com cheiros, sons, luminosidade inadequados, ambiente sujo);
  • falta de foco, de um mínimo de atenção relaxada;
  • dor persistente;
  • expectativas (um tipo muito discreto de ansiedade e uma necessidade clara de querer manter o controle da situação onde não se tem controle)

O fato de você relaxar hoje não é um certificado de que você vai relaxar sempre.

O fato de você não relaxar hoje não atesta que você é ou se tornou incapaz de relaxar.

O que é certo (percepção direta e correta) é que se você relaxou, você experimentou o desapego (vairagya).

Propósito


'Se você acha que os pensamentos se pensam sozinhos e que a mente é impossível de dominar, então você, inadvertidamente, abriu mão da experiência de ser, você apenas está no mundo (...).'

'Estabelecer um propósito determina que a mente funcione de forma concentrada, atenta e vigilante a todos os detalhes que obstaculizam ou promovem o avanço na direção dessa conquista. Enquanto isso, as mentes dos que não possuem propósitos ou que se dispersam pulando de desejo em desejo funcionam como caminhos que se bifurcam em outros, que se bifurcam em outros... A falta de resolução é fatal e resulta nessa estranha condição mediante a qual parece que os pensamentos se pensassem sozinhos e que não houvesse o pensador interno a dominá-los. Todo avanço e conquista resulta de propósitos firmes e de pessoas resolutas que se consagram a esse caminho, a despeito de que a força das circunstâncias lhes seja contrária. Propósito é tudo!'
Quiroga

20101026

DSY 1.10 - Sono sem sonhos


1.10 Abhava pratyaya alambana vritti nidra

 O sono profundo ocorre quando a mente não está em menhuma outra atividade.

abhava = ausência, não-existência, a não-ocorrência, a negação, o vazio, o nada
pratyaya = a causa, o sentimento de causalidade, ou princípio cognitivo, noção, conteúdo da mente, apresentou idéia, a cognição
alambana = apoio alambana, substrato, apoiando-se, dependentes, tendo como base ou fundação
vritti =  operações, atividades, flutuações, modificações, alterações, ou várias formas de campo da mente
nidra = sono profundo

O sono profundo é uma atividade regular e habitual da mente e há um tempo adequado destinado à esta atividade, que é natural em todos os seres vivos.

Sono bom restaura e vitaliza. Sono mau gerado pelo torpor ou pela estagnação provoca desânimo e exaustão e torna a mente muudha.

DYS - 1.12 Como chegar ao estado de Yoga


1.12 abhyasa vairagyabhyam tat nirodhah

A mente pode atingir o estado de Yoga através da prática e do desapego.

abhyasa = por ou com a prática, prática repetida

vairagyabhyam= não-apego, por ausência de desejo ou desapego, a neutralidade ou a ausência de cor, sem atração ou aversão
tat =  daqueles, que através de
nirodhah = controle, regulação, canalização, domínio, integração, coordenação, compreensão, acalmando, acalmando, anulação das



Abhyasa e vairagya são as duas  práticas irmãs, e são os meios de coordenar (nirodhah, 1,2 ) os vários níveis da mente, de forma a experimentar o verdadeiro Eu ( 1,3 ). Todas as muitas outras práticas de Yoga repousam nestes princípios.

Duas direções: Existem duas direções que se pode ir na vida, bem como as ações individuais, fala ou pensamentos. Uma direção é para a verdade, realidade, auto, ou realização espiritual.  O outro sentido é inverso, e envolve os modos de vida, ações, palavras e pensamentos que levam afastam das experiências mais elevadas.

Abhyasa (estudo ou prática constante e determinado”, Iyengar, A Árvore da vida) pode ser comparado ao motor ou ao impulso que pode nos levar ao estado de Yoga. Significa cultivar o estilo de vida, ações, palavras e pensamentos, bem como as práticas espirituais que levam na direção positiva (em vez de ir na direção oposta, criando cada vez mais paradigmas e crenças não verdadeiras).

Vairagya é a prática de, gradualmente, deixar de ir a 'mentalidade colorida'( 1,5 , 2,3 ) que se desvia da Realidade Única (a mentalidade colorida nos encaminha para a direção oposta, dando-nos a apegos e aversões).

Para ser capaz de fazer as práticas e de cultivar o não-apego, é necessário se tornar  cada vez mais hábil, mais constante e melhor a capacidade de discriminar entre as ações, fala e pensamentos que podem levar na direção correta, e aqueles que são um desvio ( 2,26-2,29 , 3,4-3,6 ). Saber discriminar, distinguir é tanto a base prática e também a ferramenta mais sutil da viagem interior.

Pescaria: A postura e o YOGA

A postura e o YOGA



Hoje falarei de um assunto muito discutido por nós fisioterapeutas, a Postura. Infelizmente poucas pessoas tem conhecimento da grande influencia da nossa POSTURA sobre o corpo e sobre nossas vidas, seja no plano fisico como tambem no emocional.

Algumas pessoas tem dores pelo corpo devido a problemas posturais.Na fisioterapia o tratamento das alteraçoes posturais/ má postura é feito com RPG e pilates.

Com tristeza ja acompanhei pacientes que passaram por uma consulta médica e receberam erroneamente apenas um tratamento medicamentoso, sem pedido de exames ou da Avaliaçao Postural, que detecta essas alteraçoes. Trouxe para voces um pequeno trecho de um livro sobre a postura e a correção postural com a pratica de YOGA.

Saliento a necessidade de uma equipe multidisciplinar, formada pelo médico ortopedista, o cirurgião dentista e o fisioterapeuta, pra realizarem juntos o diagnóstico e o tratamento de tais alterações. Felizmente alguns profissionais ja trabalham em equipe, assim o resultado vem mais rapido e com menor recidiva(o retorno da atividade de uma doença).

Ate Breve....


Relação POSTURA X YOGA:

A má postura(1) cansa e rouba energia do corpo, além de criar pontos de hipertonia(2) e hipotonia(3) muscular. Também ocasiona compressões e tensionamentos que desencadeiam, em maior ou menor grau, desequilíbrios que nos atingem não só no plano físico, mas também no emocional.

Apresentando contrações exageradas e crônicas, a hipertonia provoca tensões e pressões internas indesejáveis, má circulação e fibrose(4) nos órgãos e músculos que por isso se tornam mais vulneráveis a traumatismos. A hipotonia muscular, caracterizada por contrações abaixo do normal, torna a circulação do sangue lenta e insuficiente, favorecendo problemas de eliminação, nutrição e oxigenação nos órgãos, músculos e tecidos corporais em geral. Já a boa postura resulta de um equilíbrio muscular e articular harmonioso, envolvendo o corpo todo.

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(1) Postura: é o alinhamento do corpo quando estamos em pé.
(2) Hipertonia muscular: acontece quando um músculo permanece excessivamente tensionado ou contraído.
(3) Hipotonia muscular: acontece quando um músculo permanece menos tensionado do que devia, ou flácido.
(4) Fibrose: ocorre quando o tecido muscular é substituído por tecido de sustentação, rico em fibras, com consequente encurtamento e enrijecimento dos músculos.

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Quando estamos habituados a posturas defeituosas e antinaturais, é necessário realizar um trabalho de reeducação corporal até que o normal se torne novamente natural. A musculatura esquelética(5) forma um conjunto em que cada parte influencia o todo, e o seu equilíbrio é fundamental para uma boa postura. Por exemplo, a musculatura das pernas e da região pélvica influencia fortemente as curvas da coluna vertebral,(6) que estão mais acima, a saber, lombar(7), dorsal(8) e cervical(9), assim como o posicionamento dos ombros. Cada músculo não deve estar nem menos, nem mais contraído que o conjunto do corpo.

As articulações precisam ter boa mobilidade e os movimentos devem ser feitos sem contrações musculares desnecessárias. A vida excessivamente sedentária e agitada nas grandes cidades, a respiração geralmente curta e superficial, ao lado de hábitos corporais viciosos que prejudicam a boa postura perturbam, de alguma forma, o funcionamento do organismo como um todo, com repercussões nos diversos aspectos da nossa vida que podem causar grandes transtornos.

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(5) Musculatura esquelética: é a musculatura que movimenta o corpo.
(6) Coluna vertebral: eixo de sustentação do esqueleto. Compõe-se de 33 vértebras: sete cervicais; doze dorsais; cinco lombares; cinco sacras; quatro coccígeas (Fig. 1).
(7) Lombar: região da coluna na altura da cintura, composta por cinco vértebras.
(8) Dorsal: região da coluna lombar entre as escápulas (omoplatas), composta por doze vértebras.
(9) Cervical: região da coluna composta por sete vértebras, que vão desde a base do crânio até a parte alta das escápulas.
(10) Vértebras: são os ossos que compõem a coluna. ...

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A coluna vertebral sustenta o corpo na posição ereta. O seu movimento é tridimensional, sendo capaz de flexionar-se para a frente, para trás e para os lados. É composta por um conjunto de vértebras(10) sobrepostas umas às outras, articuladas entre si de forma a facilitar nossa locomoção e movimentação. Do ponto de vista evolutivo, trata-se de uma estrutura complexa ainda não completamente adaptada à postura bípede do ser humano e menos ainda às condições da vida moderna sedentária.

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Determinada por nossa estrutura física, herança genética, pela imitação, por influências socioculturais, fatores psicológicos e hábitos em geral, nossa postura não só reflete como até certo ponto também cria e condiciona uma disposição física e um estado emocional pela repetição de padrões dinâmicos(11) e estáticos.(12)... ...

O corpo humano possui uma surpreendente capacidade de recuperação e autoregulação (homeostase), precisando, na grande maioria das vezes em que há problemas, apenas dos estímulos corretos para ficar bem. Para isso, a prática do Hatha Yoga pode representar valiosa ajuda..

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Para pessoas com mais idade, quando bem dosados, os exercícios são especialmente benéficos na osteoporose(13) e na artrose(14), pois aumentam a força muscular e melhoram a disposição física. Além disso, desequilíbrios posturais que extrapolam os limites biomecânicos(15) do corpo causando cansaço crônico, aumentando a irritabilidade e favorecendo instabilidades emocionais são significativamente reduzidos com a prática do Yoga.

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Por meio de uma ação direta sobre os órgãos internos, o sistema hormonal e os sistemas nervosos voluntário(16) e autônomo,(17) além do bem-estar físico que proporciona, a prática dos ásanas combinada com pranayama(18) e meditação(19) pode ser bastante benéfica para a estabilidade emocional, sendo particularmente eficiente em casos de depressão, ansiedade, bulimia(20) e anorexia nervosa.(21)

(11) Padrões dinâmicos: referem-se à maneira como nos locomovemos e movimentamos o nosso corpo, com passos curtos ou longos, lenta ou rapidamente, e assim por diante.
(12) Padrões estáticos: referem-se aos hábitos posturais, como manter as costas arqueadas, ou retas demais, travar os joelhos na posição em pé etc.
(13) Osteoporose: descalcificação excessiva dos óssos, tornando-os frágeis e quebradiços.
(14) Artrose: degeneração articular..
(15) Biomecânica: processo de funcionamento de um ser vivo. No caso, o corpo humano.
(16) Sistema nervoso voluntário ou somático: interage com o meio ambiente à sua volta.
(17) Sistema nervoso autônomo ou visceral: diz respeito à vida vegetativa, isto é, ao funcionamento do organismo.
(18) Prana, em sânscrito, significa energia e ayama quer dizer controle, contenção. Pranayama se refere às práticas respiratórias destinadas a alterar a circulação de energia do e no organismo.
(19) Meditação: reflexão, auto-observação.
(20) Bulimia: doença que leva a pessoa a vomitar aquilo que acabou de comer.
(21) Anorexia nervosa: doença em que a pessoa deixa de se alimentar por se achar gorda demais, mesmo estando magérrima.



Algumas pessoas questionam se o yoga combina com o jeito ocidental de viver e a sua constante exigência de ação, competitividade e produtividade. A resposta é sem dúvida sim, porque praticando yoga aprendemos a acumular energias, tanto físicas como mentais, de maneira eficiente para enfrentar os desafios da vida. Diferentemente da ginástica ocidental que, em geral, gasta energia de forma administrada, o Hatha Yoga é uma prática energizante, revitalizante e harmonizadora.

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O nosso corpo é o instrumento fundamental que temos para enfrentar a vida. Quando não está no seu melhor estado de funcionamento, em algum grau o nosso relacionamento com o mundo será comprometido...

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CORREÇÃO POSTURAL

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Por depender de fatores físicos, biomecânicos, do estado de saúde como um todo, de fatores socioculturais, profissionais e emocionais, a nossa postura e a maneira como nos movimentamos podem tornar a correção postural um processo difícil e trabalhoso, que deve ser conduzido por um profissional especializado ou até mesmo, em certos casos, por uma equipe multidisciplinar.

No entanto, agindo cautelosamente, o praticante de yoga atento pode avançar muito posturalmente, valendo-se da prática de posições do yoga.

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De um ponto de vista estritamente corporal, a correção da postura gira em torno de cinco procedimentos básicos. São eles:

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1) Alongamento e fortalecimento musculotendíneo da parte posterior do corpo, a chamada cadeia muscular postural posterior.
2) Alongamento e fortalecimento musculotendíneo da parte anterior do corpo, a chamada cadeia muscular postural anterior.
3) Fortalecimento da musculatura abdominal.
4) Alongamento e fortalecimento da musculatura anterior das coxas (quadriceps).
5) Ampliação da capacidade respiratória, especialmente da expiração.

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A maioria dos trabalhos de correção postural se desenvolve a partir desses cinco procedimentos básicos.

YOGA POSTURAL - Corrrigindo a Postura com a Prática do Hatha Yoga (Silvio Camargo)
Editora: Pensamento-Cultrix

Negritos e tipos maiores são meus.