20090212

Sādhana


'Para mim existem 3 tipos de sádhana: o que fazemos sozinhos, o que fazemos com um professor de Yoga e quando ensinamos, nem que seja pegar num amigo e dar-lhe uma aula só para sentir e mudar a perspectiva. As 3 formas são excelentes e reforçam-se mutuamente. Há que manter a humildade, principalmente quem já dá aulas, para continuar a fazer aulas com os outros, para com respeito unir as mãos em frente ao peito e fazer namaskar... há que ter disciplina e muita força de vontade para todos os dias sentar para praticar, vencer a inércia e comodidade que facilmente se instalam... e ter a coragem, devoção e amor para passar aos outros aquilo que sentimos sem esperar nada em troca, poder partilhar o Yoga é recompensa suficiente...'
Simão Monteiro

O texto acima é um trecho de um post-artigo onde Simão, que é de além mar, discorre sobre como percebe o Sādhana dele. Vale passar os olhos (basta clicar sobre o texto e voilá!).

Eu concordo com o Simão: praticar sozinho, praticar com alguém te ensinando e ensinar a praticar são ações sinérgicas, complementares.

E acrescento o auto-estudo da prática: tapas, ambiente iluminado, uma câmera digital na mão, vários pontos de vista e perseverança pra fazer muitas tomadas do mesmo ásana e depois especulá-las com 'frieza' e lâmina de obsidiana.

Fazer o Sādhana pra mim, olhando daqui, mirando o meu, parece mais calmo. Afinal, fazer Sādhana é (re)encontrar nosso rítmo natural e harmônico dentro dos rítmos exteriores (circadiano, do trabalho, ciclos mensais, etc...) e hábitos que nos cercam.

Sempre brinco que eu uso a cartilha 'caminho suave', que minhas provas vem respondidas só pra escrever o nome, no máximo passar a caneta por cima do que já está escrito à lápis. E eu não acredito em 'destino', é que tudo me parece alcançável ou possível, se não agradável (ainda que no início da prática de āsanas eu sinta o corpo meio rígido, mas isso passa rapidinho!). E tenho espaço na vida para o imprevisto, para que 'dê errado' (o que por muitas vezes, olhando de longe, se mostrou correto, :-)! ) .

É que tudo me parece simples:
praticar e pesquisar os āsanas e pranayamas, meditar, manter o fio da atenção ao longo do dia, estudar, observar, procurar experimentar o igual de forma inusitada e experimentar o diferente com consideração semelhante, respeitar a diferença do dia, do momento. Se alguém fez, é possível a todos, cada um a seu tempo.

Desde 2002, quando iniciei minha jornada no Yoga, só 'fugi da escola' durante um ano, onde visitei a borda do territorio do Sādhana perdido. E mesmo esse ano 'sabático' , que eu julgava desorientado e danoso, serviu de fomento para meu Sādhana.

Se eu soubesse, de antemão, TUDO o que o Yoga vem me ofertar, eu tinha me jogado bem antes.

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