20090220

Mahā Shivaratri, A 'Grande Noite de Shiva'


A véspera de lua nova, ou a última noite na fase lua minguante é Shivaratri, Noite de Shiva.

Shiva é o yogue primevo, o asceta arquetípico, o grande dançarino que com sua dança cria, sustenta e destrói o universo, até a próxima dança.

No mês de Phalgun, entre fevereiro e março do calendário gregoriano, existe a celebração de Mahā Shivaratri, cujo motivo para alguns é a comemoração da união de Shiva (a representação do Absouto) e Parvati (um dos muitos nomes de sua consorte, que personifica Shakti) e para outros, recordar a realização da Tandava Nritya por Shiva- a dança primordial da criação, preservação e destruição.

Mahā Shivaratri 'cai', em 2009, no 'nosso' dia 23 de fevereiro.Não tem data fixa, que nem Carnaval e Páscoa, porque o calendário base para essas datas é lunar.

A lua crescente figura entre várias imagens que emergem dos cabelos de Shiva, algo contidos, algo espalhados, como asas.

É shishu em sânscrito, "'a que cresce rápido, a ansiosa por crescer' e também, ' o bebê recém-nascido', pois a cada semana, agarrando-se aos seios da mãe, desenvolve-se com a rapidez da lua crescente.

Shiva é a personificação do Absoluto; em particular, de sua dissolução do universo. É a corporificação da Supramorte. É chamado de Yamāntaka, 'Aquele que Extingue o Domador, que Vence e Extermina Yama, o Deus da Morte, o Domador'. Shiva é Mahā-Kāla, o Grande Tempo, a Eternidade que devora o tempo, todas as eras e seus ciclos. Reduz a nada o rítmo e a voragem dos fenômenos; dissolve todas as coisas, todos os seres, todas as divindades, no imóvel oceano de pureza cristalina da Eternidade - de cujo ponto de vista nada, nada de fundamental acontece. Porém, outra vez, como shishu, o bebê, a lua crescente, Shiva é puro deleite e a coisa mais auspiciosa de se ver, promessa de vida e força vital; suave , mas irresistível. A lua crescente, shishu, é considerada a taça do fluído da vida imortal, estimuladora do reino da vegetação e de tudo o que cresce na esfera sublunar, instando também os imortais celestes para que estejam prontos a desempenhar seus benéficos deveres cósmicos. Shiva, como shishu é essa taça, essa lua."

(Heinrich Zimmer, Mitos e Símbolos na Arte e Civilização da Índia, pág. 133)

A lua simboliza a mente, a lua nova é a mente vazia, por (re)nascer.


Fica o convite para experimentar passar um dia, ou uma noite de um jeito não-habitual, ficar de fora da fôrma:

* em silêncio 'vocal' que incita a quietude mental (mouna) que pode acompanhar um por-de-sol, o vai e vem das ondas do mar ou as atividades simples que se repetem no cotidiano como comer, cozinhar, lavar louça ou arrumar/limpar algo na casa;
* prestando atenção ao longo do fio do tempo do dia em tudo o que se pode perceber;
* em vigília meditativa durante a noite ou a madrugada.

Om Namah Shivaya








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Ah, também pode rasgar a fantasia, ;-)!

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