20090203

Dharma


Dentro da tradição do Hinduísmo, Dharma é viver o seu dever.

O Hinduísmo, assim como o Judaísmo é uma religião herdada: se nasce hinduísta. Portanto, vivenciar o Dharma, tradicionalmente, tem relação com seguir seu dever, de acordo com sua posição social (no máximo da formalidade, a casta) e com a disciplina adequada ao estágio da vida em que se encontra. Não se julga ou se critica o lugar onde se está há apenas o compromisso de ocupar o espaço e a função que lhe foi atribuída ao nascer. Esse é o ponto de vista tradiconal, que assegura que os valores emergem da vida, em todos os seus níveis. Porém, esses valores só podem vir à tona se forem aceitos, e não podem emergir se forem sempre alvo de elocubrações e críticas.

Pedro Kupfer destaca em seu artigo "O Crime e o Valor", a escrita de Swami Dayananda no livro O Valor dos Valores (p. 16): “Em sânscrito, um valor ético pode ser definido como dharma, um padrão ou norma de conduta originado na maneira pela qual eu desejo que os outros me vejam ou me tratem. (...) Em outras palavras, minha norma para o que é um comportamento “apropriado” ou uma “boa” atitude é baseada na maneira em que eu desejo que os outros me tratem ou me vejam. O que espero ou desejo dos outros torna-se meu padrão de dharma, comportamento adequado. O que não quero que os outros façam é adharma, comportamento inadequado”.

Porém, tratar os outros como se quer ser tratado ou visto não garante que isso vá contecer de vera, pois o emissor e a mensagem podem estar adequados e o receptor pode se manifestar defeituoso. Resultado: a recepção da mensagem fica distorcida, a deturpação revela o grau de ilusão do receptor.

O Dharma deve rfletir a verdeda do coração e não o espelho, por vezes baço, do olhar alheio.

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